terça-feira, 5 de agosto de 2014

PODEMOS TORNAR O AMBIENTE DE TRABALHO LIVRE DE RISCOS?


No dia 3 de Julho de 2013 fiz uma pesquisa em um Grupo de Técnicos de Segurança do Trabalho que administro no Facebook e o resultado me deixou boquiaberto… Na pesquisa em questão perguntei “Você acredita que com nosso trabalho podemos criar um ambiente de trabalho livre de riscos?”

O resultado é que além de mostrar que infelizmente boa parte dos não tem uma boa leitura de mundo, não tem também idéia de como os riscos se comportam no ambiente de trabalho…
VOU PROVAR O CONTRÁRIO
Vamos imaginar aqui (para dificultar para mim srsrs) um ambiente de trabalho do setor de construção civil. Estamos trabalhando na terceira lage de uma construção vertical que já está na quinta laje. Estamos na parte de alvenaria, levantando as paredes que posteriormente receberão revestimento (no meu tempo era chamado de reboco :cry: ).
RISCO DE ACIDENTES
- Nós cuidamos dos poços de elevadores colocando barreiras em todos eles, os vãos de escadas estão todos seguros, para alguém cair só se fosse por vontade própria. O risco de queda de altura acabou 100% Não! Ele existe em proporções bem menores do que antes…
- Já passamos da parte de colocar ou retirar as formas de concretagem, por isso, não existe a possibilidade de acidentes com pregos fixados em pedaços de madeira oriundos das formas de concretagem.
- Nosso trabalho foi bem feito? Sim, e muito! Mesmo assim ainda existe o risco do trabalhador se acidentar cortando a mão na serra manual no momento de cortar um tijolo.
- As instalações elétricas foram bem planejadas, por isso a chance do trabalhador receber uma descarga elétrica por um fio descascado, ou mascado é remota… Mas, existe (ou seja, o risco continua)!
RISCOS QUÍMICOS:
- O trabalhador recebeu luva e camisa de mangas longas, o contato com o cimento ou argamassa é mínimo… Mas, existe!
RISCOS BIOLÓGICOS: Não foram encontrados.
RISCOS FÍSICOS: No momento de cortar o tijolo ou bloco, sendo o corte a seco ou molhado sempre existirá ruído elevado. No caso, podemos treinar o trabalhador sobre o uso do protetor auditivo e fornecê-lo a fim de atenuar os níveis de ruído. Mesmo assim, se o trabalhador optar por não usar o protetor auditivo (muitos só usam na presença do Técnico de Segurança), se usar de forma inadequada, se o EPI for inadequado…
O simples fornecimento do protetor não garantirá que a eficiência do uso e o pior, o ruído continuará no ambiente (ou seja, o risco continua)…
RISCOS ERGONÔMICOS: Transportar os materiais usados na construção tijolo/bloco e massa de cimento/argamassa, bem como, os materiais usados no trabalho do pedreiro e ajudante sempre irá garantir a existência de risco no processo.
É fato que o correto treinamento, bem como a aquisição de equipamentos mais modernos diminui consideravelmente os riscos ergonômicos… Mas, eles continuarão existindo.

Nota:
Risco ergonômico: Risco por definição é a exposição ao perigo, sendo assim, ao dizermos risco ergonômico estamos dizendo que a exposição à ergonomia é perigosa, ou seja, a ergonomia por conceito seria algo nocivo?
Pois é, existe esse furo na definição… Mesmo assim cabe salientar que a ergonomia é uma tendência e uma exigência muito positiva, uma exigência que veio para ficar! 
CONCLUINDO
Um ambiente livre de riscos NÃO EXISTE!
Os riscos podem ser minimizados no ambiente de trabalho, mas, nunca erradicados. Por mais que trabalhamos nunca poderemos tornar o ambiente de trabalho 100% seguro. Por isso, independente da intensidade e da qualidade do nosso trabalho acidentes podem acontecer.
Devemos sim fazer nosso trabalho com a maior dedicação possível, mas, estar preparados para até mesmo lidar com acidentes e outras dificuldades no ambiente de trabalho.


 Que Deus nos abençoe.
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